As Cidades são lugares de trocas, não só trocas de mercadorias, do excedente da produção, mas também trocas de valores simbólicos.
Existem várias formas de analisar a Cidade, procuro olhar pelo viés da troca de memórias, de desejos, de recordações.
Interpretar a Cidade pelo olhar poético de quem nela vive, passeando por labirintos de interpretações, de imaginações, sensações e conhecimentos.
Longe de me colocar sobre um olhar do modernismo, fascinado com as mudanças bruscas ocorridas com a industrialização nas Cidades, me vejo como um flâneur de Baudelaire, nas memórias mais profundas, procuro imagens das Cidades em que passei momentos da minha vida, tal como o caminhante sem destino, atento a tudo que passa e perdido em meio a tantos fatos e ocorrências, um passeio enamorado pelas Cidades que de muitas formas me marcaram e me penetraram com suas paisagens, gostos e cheiros.
Esse caminhar leva a um questionamento, estarei eu criando uma Cidade só minha?
Um Lugar em que só eu vi?
E que só em mim ele se refletiu?
Um espelho de mim?
A Cidade seria esta relação ambígua, objeto de nossa percepção, fazendo parte da existência humana e nela definindo sua história e imagem.